Dra. Andrea Cysneiro Garcia

A nevralgia do trigêmeo é uma doença neurológica complexa e extremamente dolorosa, que afeta o nervo trigêmeo, responsável pela inervação sensorial da face. Conhecida por causar episódios de dor facial excruciante, a nevralgia do trigêmeo pode comprometer seriamente a qualidade de vida dos pacientes, tornando atividades simples diárias um verdadeiro desafio. Vamos explorar em detalhes o que é essa condição, suas causas, sintomas, diagnóstico, tratamento e como ela afeta o dia a dia de quem sofre com ela.

0 médico que trata nevralgia do trigêmio é o médico Neurologista.

A Dra. Andrea é neurologista há mais de 24 anos e atende muitos pacientes com nevralgia do trigêmio obtendo boas respostas no tratamento de seus pacientes.

Atende desde 2011 em seu consultório atendendo seus pacientes, ouvindo suas queixas e esclarecendo todas as dúvidas sobre seus diagnósticos e tratamentos.

Formada pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro em 1996.

Terminou sua Residência Médica em Neurologista pela UERJ EM 2000.

O que é o nervo trigêmeo?

O nervo trigêmeo, também chamado de quinto nervo craniano, é um dos nervos mais importantes da cabeça e do rosto. Ele tem uma função sensorial primária, sendo responsável por transmitir informações sensoriais da face ao cérebro. Esse nervo se divide em três grandes ramos:

  1. Ramo oftálmico (V1) : Leva a sensação da parte superior da face, incluindo a testa, os olhos e a couro cabeludo.
  2. Ramo maxilar (V2) : Controla a sensação na parte média da face, como o nariz, as bochechas, os lábios superiores e a área superior da boca.
  3. Ramo mandibular (V3) : Está relacionado à parte inferior da face, como mandíbula, dentes inferiores, lábios inferiores e língua.

A nevralgia do trigêmeo ocorre quando um ou mais desses ramos são afetados, resultando em crises de dor intensa em uma parte específica do rosto.

Como ocorre a nevralgia do trigêmeo?

Na maioria dos casos, a nevralgia do trigêmeo é causada por uma lesão do nervo trigêmeo. A mais comum é que um vaso sanguíneo, geralmente uma artéria, seja direcionado à raiz do nervo, onde ele se conecta ao tronco cerebral. Essa declaração contínua resulta na perda da camada de mielina, que é uma bainha de proteção que cobre o nervo. Com a desmielinização, o nervo fica exposto e extremamente sensível, e qualquer estímulo mínimo pode desencadear episódios de dor severa.

Existem outras causas menos comuns de nevralgia do trigêmeo, como tumores malignos, malformações vasculares e esclerose múltipla. Na esclerose múltipla, por exemplo, o processo de desmielinização ocorre por conta da doença autoimune, sem a presença de variações externas.

Sintomas

O principal sintoma da nevralgia do trigêmeo é dor facial extrema e súbita. Essa dor pode ser descrita como uma sensação de “choque elétrico” ou “facada” e dura alguns segundos a alguns minutos. No entanto, em muitos casos, os episódios de dor podem se repetir várias vezes ao longo do dia, afetando seriamente as atividades diárias do paciente.

A dor geralmente afeta apenas um lado da face, sendo raro que ela ocorra nos dois lados ao mesmo tempo. Dependendo do ramo do nervo trigêmeo envolvido, a dor pode estar localizada na testa, bochechas, mandíbula ou ao redor dos olhos.

Características típicas da dor:

  • Dor súbita e intensa: descrita frequentemente como “choques elétricos” ou “facadas”.
  • Episódios breves: a dor podem durar de alguns segundos a dois minutos, mas podem ocorrer repetidamente durante o dia.
  • Unilateral: ocorre normalmente de um lado da face.
  • Desencadeantes: movimentos simples, como mastigar, falar, sorrir, tocar no rosto, escovar os dentes, ou até mesmo sentir uma leve brisa, podem desencadear a dor.
  • Fases de remissão : a nevralgia do trigêmeo pode apresentar períodos de remissão, ou seja, fases em que os sintomas desaparecem por semanas, meses ou até anos.

Impacto na qualidade de vida

A dor intensa e imprevisível associada à nevralgia do trigêmeo pode levar os pacientes a evitar atividades diárias por medo de desencadear uma nova crise. Muitos desenvolvem ansiedade e depressão devido à dor crônica e à perda de controle sobre sua rotina. A alimentação, a fala, a higiene oral e até as mesmas expressões faciais podem se tornar difíceis e dolorosas. Além disso, a incerteza sobre quando o próximo ataque ocorrerá contribuirá para o isolamento social e a interrupção da qualidade de vida.

neurologista

A Dra.Andrea é formada em Medicina pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro desde 1996.

Fez Residência Médica em Neurologia pela UERJ até o ano de 2000.

É Membro da Sociedade Brasiileira de Cefaléia.

Diagnóstico

O diagnóstico da nevralgia do trigêmeo é, em grande parte, clínico. Ou seja, ele é feito com base na história detalhada dos sintomas descritos pelo paciente e no exame neurológico. É importante que o neurologista faça um exame cuidadoso para diferenciar a nevralgia do trigêmeo de outras possíveis causas de dor facial, como dores de cabeça ou problemas psicológicos.

Exames de imagem, como a ressonância magnética (RM), podem ser solicitados para excluir outras causas de especificidade nervosa, como tumores ou malformações vasculares. Em casos de esclerose múltipla, a ressonância magnética também pode identificar lesões características da doença no cérebro.

Tratamento

O tratamento da nevralgia do trigêmeo pode ser dividido em duas abordagens principais: medicamentos e cirúrgicas.

Tratamento medicamentoso

O tratamento de primeira linha para a nevralgia do trigêmeo é o uso de anticonvulsivantes. Esses medicamentos, como a carbamazepina e a oxcarbazepina, são eficazes para estabilizar a atividade elétrica anormal do nervo e reduzir a dor. A carbamazepina, em particular, é considerada o medicamento mais eficaz, mas pode causar efeitos colaterais, como tonturas, sonolência e náuseas. Outros medicamentos que podem ser usados ​​incluem gabapentina, pregabalina e antidepressivos tricíclicos.

Tratamentos cirúrgicos

Para pacientes que não respondem bem ao tratamento medicamentoso, ou para aqueles que experimentam efeitos colaterais significativos, existem várias opções cirúrgicas:

  1. Descompressão microvascular (DMV) : Esse procedimento é considerado o tratamento cirúrgico mais eficaz para nevralgia do trigêmeo causada por cartilagem vascular. Nele, o músculo reposiciona o vaso sanguíneo que está pressionando o nervo, aliviando a pressão sobre o trigêmeo.
  2. Rizotomia por radiofrequência: Um procedimento menos invasivo, onde uma agulha é inserida para danificar seletivamente as fibras do nervo trigêmeo, aliviando a dor.
  3. Gama Knife: também conhecida como radiocirurgia estereotáxica, esse método utiliza feixes de radiação altamente focados para danificar o nervo trigêmeo de forma controlada, sem a necessidade de uma incisão cirúrgica.

Toxina botulínica (Botox)

O uso de toxina botulínica tem sido mostrado eficaz em alguns casos de nevralgia do trigêmeo. As injeções de Botox podem ser aplicadas para reduzir a sensibilidade do nervo, proporcionando alívio temporário da dor.

Prognóstico

Embora o tratamento possa proporcionar alívio significativo dos sintomas, a nevralgia do trigêmeo é uma condição que tende a ser recorrente. Mesmo após tratamentos cirúrgicos ou medicamentos bem-sucedidos, o dor pode retornar após meses ou anos. Isso significa que o acompanhamento médico contínuo é essencial, e os ajustes no tratamento podem ser necessários ao longo do tempo.

Conclusão

A nevralgia do trigêmeo é uma condição dolorosa e debilitante, que impacta profundamente a vida dos pacientes. Com diagnóstico precoce e tratamento adequado, é possível controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. No entanto, devido à sua natureza crônica e recorrente, o manejo da nevralgia do trigêmeo frequentemente requer uma abordagem multidisciplinar e contínua, envolvendo medicamentos, intervenções cirúrgicas e suporte emocional.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *